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IA para promoção de saúde

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IA para promoção de saúde: treinadores virtuais


Por MIT Technology Review Brasil

Não é de hoje que a prática de exercício físico tem grande contribuição na prevenção de doenças. Só que frequentar uma academia, por exemplo, às vezes pode ser considerada uma atividade monótona. Não para os frequentadores da LuminFitness, inaugurada em Las Colinas, no Texas.

Os treinadores Chloe, Rex, Emma e Ethan têm sido disputados pelos alunos. Mas há um detalhe: eles não existem! Pelo menos não fisicamente. Os instrutores são virtuais, foram criados por Inteligência Artificial (IA), e suas imagens são projetadas em telas de LED.

Os sócios da academia contam que é a primeira vez que usam IA para além de ferramentas como aplicativos de treinamento e câmeras inteligentes, e dizem estar confiantes de que a nova tecnologia possa engajar mais os alunos na prática dos exercícios – já que a ideia é oferecer uma abordagem mais personalizada ao condicionamento físico. Cada treinador tem um perfil definido: Chloe é bastante enérgica e gosta de incentivar, Rex é disciplinado ao extremo na busca por excelência; enquanto Emma e Ethan têm uma personalidade mais suave e acolhedora.

Os alunos escolhem os treinadores com quem mais se identificam ou de acordo com o objetivo que têm em mente: se preferem um comportamento mais rígido ou mais descontraído. De todas as formas, eles ficam livre para trocar de instrutor a cada treino. As orientações são passadas por um fone de ouvido. A avaliação dos usuários se dá da seguinte forma: as telas de LED escondem sensores que rastreiam os movimentos do praticante e os equipamentos da academia usando uma combinação de algoritmos e modelos de aprendizado de máquina. Assim, o equipamento consegue monitorar informações como o número de repetições e se o aluno está mantendo a postura correta.

Brandon Bean, um dos sócios, garante que em todos os turnos há um profissional de fitness presente para qualquer eventualidade: “você quer alguém presente se algo der errado, mas o treinador de IA é quem dá feedback sobre o formulário, motiva e explica como fazer os movimentos”, explica.

Outra ferramenta da tecnologia é a uma abordagem gamificada dos exercícios. Durante os movimentos as telas mostram jogos motivacionais, incentivando os alunos a encherem uma cesta virtual de bolas completando um abdominal, por exemplo, ou construindo uma torre de blocos virtual toda vez que terminam um burpee.

“Uma academia para mim não é um espaço seguro. É realmente assustador e desconfortável. Mas isso é muito envolvente e interativo. Consigo ver o trabalho que estou realizando por causa da gamificação, e normalmente você não vê isso”, conta a aluna Olivia Lord.

O professor Neil Cronin da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, estuda como as técnicas de IA podem melhorar o movimento humano e analisa que o crescente uso da tecnologia tem mostrado que algumas pessoas se sentem mais confortáveis interagindo com máquinas do que com outros seres humanos.

“Eu pessoalmente ficaria feliz em participar de algo assim, principalmente para ver a força, ou a resistência, ou quaisquer benefícios que obteria com o treinamento”, diz ele. “Não creio que o treinamento baseado em IA seja inferior nesse aspecto. Pelo contrário, se ele puder realmente rastrear meus dados a longo prazo e personalizar um programa para mim, talvez seja melhor usar essa abordagem”, conclui.

Este texto é um conteúdo adaptado, publicado originalmente pela MIT Technology Review nos Estados Unidos. Disponível em
https://www.technologyreview.com/2023/10/09/1081333/welcome-to-the-ai-gym-staffed-by-virtual-trainers/

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