Skip to main content

Sutiã tecnológico

HEAD CARD4

Sutiã tecnológico é criado para detectar câncer

Por MIT Technology Review Brasil

Segundo a International Agency for Research on Cancer, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo. Só em 2020 foram aproximadamente 2,3 milhões de casos novos. Esse tipo de câncer também é responsável por 15,5% dos óbitos por neoplasia na população feminina.

Quando a doença é diagnosticada nos estágios iniciais, a taxa de sobrevivência é de quase 100%. Pensando nisso, pesquisadores do MIT criaram um scanner de ultrassom vestível para detectar câncer de mama em estágio inicial.

O dispositivo lembra um sutiã feminino: é formado por uma placa flexível impressa em 3D com várias aberturas que imitam um favo de mel e onde as estruturas são acopladas, entre elas um scanner de ultrassom em miniatura. A tecnologia é a mesma usada em centros de diagnóstico e imagens.

O scanner pode ser girado em diferentes posições para capturar imagens. É possível visualizar o tecido mamário a uma profundidade de até oito centímetros e com resolução comparável à de um ultrassom tradicional. A peça pode ser presa a uma lingerie e é fácil de usar, não requer qualquer conhecimento especial, conta a professora MIT Media Lab, Canan Dagdeviren: “Mudamos o formato da tecnologia de ultrassom para que ela possa ser usada em casa. É portátil e fácil de usar, e fornece monitoramento fácil e em tempo real do tecido mamário”, esclarece.

A cientista conta que se inspirou em uma falecida tia que foi diagnosticada com câncer da mama em fase avançada, aos 49 anos, apesar de fazer regularmente exames de rastreio. “Meu objetivo é atingir as pessoas com maior probabilidade de desenvolver câncer de intervalo”, diz Dagdeviren.

Os tumores da mama que se desenvolvem entre mamografias programadas representam entre 20% e 30% de todos os casos de câncer da mama. A literatura médica aponta que esses tumores tendem a ser mais agressivos do que aqueles encontrados durante exames de rotina.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Science Advances. O artigo traz também como foram os testes em humanos. Usando o dispositivo foi possível detectar cistos de apenas 0,3 centímetros de diâmetro, ou seja, em estágio inicial em uma senhora de 71 anos.

Para ver as imagens de ultrassom, ainda é preciso conectar o equipamento ao mesmo tipo de aparelho usado em centros diagnósticos, mas os cientistas já trabalham para superar essa limitação e criar uma versão miniaturizada do sistema de imagem, que teria aproximadamente o tamanho de um smartphone.

De todo modo, a ferramenta já consegue promover acesso ao rastreamento para mais pessoas e comunidades, destaca a cirurgiã do Hospital Geral de Massachusetts, Tolga Ozmen, que também é autora do estudo: “Um dos principais obstáculos na imagem e na detecção precoce é o deslocamento que as mulheres têm que fazer até um centro de imagem. Este adesivo de ultrassom adaptável é uma tecnologia altamente promissora, pois elimina a necessidade de as mulheres se deslocarem até um centro de imagem”.

Este texto é um conteúdo adaptado, publicado originalmente pelo Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos. Disponível em: https://news.mit.edu/2023/wearable-ultrasound-scanner-breast-cancer-0728

GileadPro: BR-UNB-0683