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ChatGPT

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ChatGPT gera reflexão sobre IA na medicina

Por MIT Technology Review Brasil

Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT é um chatbot, um robô virtual com Inteligência Artificial (IA) da empresa OpenAI. A ferramenta é capaz de fornecer respostas precisas para perguntas em uma ampla gama de conhecimentos, a partir de uma tecnologia baseada em algoritmos que podem reconhecer, prever e gerar texto por meio de padrões que identificam conjunto de dados contendo milhões de palavras.

Alcançando um número gigante de usuários em pouco tempo, o ChatGPT teve grande impacto na forma como as pessoas fazem buscas na internet. Porém, também trouxe uma série de questionamentos referentes à propriedade intelectual, aplicação no mercado de trabalho e como instrumento para aprendizagem.

Um estudo publicado na revista científica PLOS Digital Health relata que o ChatGPT teve um desempenho próximo ou igual ao limite de aprovação do US Medical Licensing Exam (exame que os médicos devem prestar para poder exercer a medicina nos Estados Unidos). Os pesquisadores que publicaram o artigo assinam também um editorial em que trazem considerações importantes sobre o uso da tecnologia no ensino da medicina.

Para Leo Anthony Celi, principal cientista do Instituto de Engenharia Médica e Ciência do MIT, médico do Beth Israel Deaconess Medical Center e professor associado da Harvard Medical School, esse fato deve servir de alerta para a comunidade médica. Ele ponderou que o sucesso do desempenho da ferramenta demonstra algumas deficiências na forma da avaliação dos estudantes de medicina, focado mais em memorização do que em pensamento crítico.

O médico avalia que, mais do que nunca, é preciso trabalhar aprendizagem colaborativa, interdisciplinar e a resolução de problemas e destaca que os novos profissionais médicos precisarão ter habilidades que os permitam constantemente examinar o conhecimento.

“Aprender consiste em aproveitar o conjunto atual de conhecimentos, compreender as suas lacunas e procurar preencher essas lacunas. Requer estar confortável e ser capaz de sondar as incertezas. Falhamos como professores por não ensinarmos aos alunos como compreender as lacunas no atual corpo de conhecimento. Os estudantes de medicina precisam de habilidades em ciência de dados que permitirão que cada médico contribua, avalie continuamente e recalibre o conhecimento médico”, detalha Celi.

Os pesquisadores responsáveis pelo artigo e pelo editorial reconhecem as potencialidades de modelos de linguagem como o ChatGPT e da IA de uma maneira geral, mas lembram que ainda é preciso resolver questões como do enviesamento de dados, já que costuma ser um problema comum em IA ter uma base de dados que não tende a contemplar todos, uma vez que o conhecimento não só da literatura médica é dominado por conteúdos e pesquisas representativas de países de alta renda. “Não tenho dúvidas de que a IA cumprirá sua promessa assim que tivermos otimizado a entrada de dados”, diz Celi otimista.

Este texto é um conteúdo adaptado, publicado originalmente pelo Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos. Disponível em: https://news.mit.edu/2023/3-questions-leo-anthony-celi-chatgpt-and-medicine-0209

GileadPro: BR-UNB-0683