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Hepatite B

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Queda na vacinação de bebês contra a hepatite B acende alerta entre a comunidade médica no Brasil


Conforme dados da plataforma DATASUS, do Ministério da Saúde, desde 2016, o Brasil está distante do índice recomendado de 90% da vacinação de bebês contra a hepatite B. Em meio à pandemia, as taxas de imunização foram de 64,06% e 62% em 2020 e 2021, respectivamente, números alarmantes quando se trata da prevenção de uma doença que acomete cerca de 250 milhões de pessoas no mundo e é responsável pela morte de mais de 600 mil todos os anos.

Os bebês infectados durante o parto têm 90% de chances de se tornarem portadores crônicos do vírus, por isso, a iniciativa mais importante é seguir uma estratégia que combine a vacinação da gestante, ou da mulher antes de engravidar, e a imunização do bebê dentro das primeiras 12 horas após o nascimento. Após essa medida, é necessário cumprir o esquema básico, que consiste na aplicação de três doses, aos dois, quatro e seis meses de idade, com vacina combinada para a proteção contra diversas doenças.

De acordo com as informações levantadas, a diminuição generalizada começou em 2015, atingindo a pior estimativa em 2021. Até 2014, no entanto, pais e responsáveis atendiam de forma imediata às chamadas do Ministério da Saúde, o que garantia uma cobertura vacinal que costumava ficar acima dos 90%, alcançando os 100% na maioria das vezes. Recomenda-se que, para atingir a proteção coletiva e, de fato, blindar a população brasileira contra a doença, recomenda-se que entre 90% e 95% das crianças, no mínimo, estejam imunizadas.

O Programa Nacional de Vacinação (PIN) se tornou referência internacional por seu protagonismo na erradicação de diversas doenças no Brasil, entre elas a paralisia infantil, cujo último caso foi registrado em 1989, na Paraíba. De forma contraditória, o sucesso alcançado pela iniciativa do PIN é um dos fatores atribuídos pela classe médica à queda da imunização infantil nos anos recentes. Além disso, o que pode contribuir para essa redução significativa é a baixa procura da população por esse serviço, o que ocasiona o descarte de uma quantidade alta de vacinas que ultrapassam o prazo de validade e, consequentemente, resulta em prejuízo financeiro e desordem em toda a logística vacinal.

Para os especialistas, a pandemia da covid-19 é outra questão a ser considerada para os números cada vez menores no percentual de vacinação, uma vez que grande parte da população respeitou o distanciamento social necessário, considerando-se os pais e responsáveis que evitaram acessar postos de saúde e outros ambientes clínicos para evitar a exposição ao coronavírus.

Entretanto, ainda que esse período pandêmico tenha sido decisivo para reduzir a imunização em âmbito nacional, deve-se levar em conta que essa queda já vinha ocorrendo de forma gradual, fato que também pode ser associado à carência de campanhas educativas nos canais de comunicação, a exemplo do que aconteceu com a criação do Zé Gotinha, personagem que ajudou a disseminar informação ao público de forma lúdica e acessível a respeito da prevenção da paralisia infantil. 

Texto adaptado de matéria “Cobertura vacinal de recém-nascidos contra hepatite B está abaixo de 90% desde 2016”, da Revista Crescer.


Referências:

Cobertura vacinal de recém-nascidos contra hepatite B está abaixo de 90% desde 2016, Revista Crescer, 2022. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2022/07/cobertura-vacinal-de-recem-nascidos-contra-hepatite-b-esta-abaixo-de-90-desde-2016.html. Acesso em: 06.01.23.

GileadPro:  BR-VEM-0035