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HIV

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Pesquisa da Moffitt Cancer Center, na Florida, conclui que pessoas vivendo com HIV positivos com câncer podem ter envelhecimento biológico acelerado


Um estudo apresentado na Conferência Especial da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR), sugeriu que pacientes diagnosticados com câncer vivendo com HIV têm idade epigenética aumentada em comparação aos pacientes com câncer que não têm HIV. O trabalho intitulado “Envelhecimento epigenético avançado em pacientes com câncer não definidores de AIDS vivendo com HIV” demonstrou que as pessoas em uso prolongado de antirretroviral têm sobrevida maior e, por isso, tornam-se mais suscetíveis a comorbidades associadas ao envelhecimento, incluindo cânceres não definidores de AIDS.

Liderado por Anna E. Coghill, PhD em Epidemiologia do câncer e pesquisadora no Moffitt Cancer Center – instituto que integra programas de pesquisa e educação na área de oncologia, o estudo comparou as idades epigenéticas de 65 pacientes que apresentavam tumores sólidos não definidores de AIDS e infecção por HIV com as de pacientes que tinham tipos de tumores, status de tratamento e idades cronológicas similares, mas com HIV negativo.

Para realizar esse processo, os pesquisadores efetuaram o sequenciamento de metilação do DNA em amostras de tumores de pacientes que foram posteriormente traduzidas para a idade epigenética com o uso de dois algoritmos (epiTOC2 e GrimAge). Os dados resultantes da metilação foram adicionalmente utilizados para mensurar a proporção das células imunes no tumor, isto porque as proporções de células imunes são diretamente afetadas dada a infecção pelo HIV.

Ao utilizar o algoritmo GrimAge, a equipe de cientistas observou que os pacientes com HIV tinham uma idade biológica média de 4,5 anos superior em comparação com aqueles sem o vírus. Ademais, os indivíduos com HIV demonstraram taxas de divisão celular 70% mais altas em relação aos não infectados, de acordo com as especificações do algoritmo. Os resultados também revelaram que os tumores de pacientes com HIV apresentam proporções significativamente menores de certas células imunes, incluindo neutrófilos e células T CD4+ e proporções consideravelmente maiores de outras, como células B de memória e células T CD8+ de memória. Em relação ao uso do algoritmo GrimAge, confirmou-se que a idade epigenética manteve-se maior entre os pacientes com HIV, o que, de acordo com Coghill, é relevante, uma vez que o algoritmo esteve associado ao risco de mortalidade em estudos precedentes.

Segundo Coghill, as alterações na metilação do DNA, como essas observadas em pacientes com HIV, podem promover câncer ao afetar a expressão gênica. Para ela, os resultados desse estudo revelam que os pacientes com HIV podem ser biologicamente mais velhos do que aqueles sem HIV, o que pode afetar a maneira como os tumores dessas pessoas irão responder ao tratamento. Por isso, a pesquisadora ressalta a importância do estudo como ponto de partida para estimular novas investigações que possam ajudar a reduzir as disparidades constatadas.

Publicação traduzida e adaptada do texto “Study Shows that HIV-positive Patients with Cancer may Have Accelerated Biological Aging”, da revista digital Onco’Zine.

Referências:
Coghill AE, Dickey B, Putney R, Berglund A. Advanced epigenetic aging in non-AIDS-defining cancer patients living with HIV. Abstract B012 presented during AACR Special Conference: Aging and Cancer, held November 17-20, 2022.

Study Shows that HIV-positive Patients with Cancer may Have Accelerated Biological Aging. Oncozine, 2022. Disponível em: https://www.oncozine.com/study-shows-that-hiv-positive-patients-with-cancer-may-have-accelerated-biological-aging/

GileadPro: BR-UNB-0504