Novo método que utiliza uma gota de sangue seco pode diagnosticar HIV e Hepatites B e C
No último Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID), realizado entre 15 e 18 de maio em Copenhague, pesquisadores dinamarqueses apresentaram estudos demonstrando que é possível diagnosticar HIV e Hepatites B e C a partir de uma única gota de sangue. A descoberta pode impactar milhões de pessoas em todo o mundo, dispensando a coleta através do uso de agulhas e tornando mais seguro e simples o processo de detecção dos três vírus, que são alvos da meta de erradicação até 2030, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma equipe de cientistas do Hospital Universitário de Copenhague conduziu os testes com amostras de sangue seco sobre papel filtro, coletado a partir da picada no dedo de indivíduos. Após secar, o sistema Hologic Panther – equipamento de teste amplamente encontrado em laboratórios de saúde pública – busca o material viral usando a técnica conhecida como “amplificação mediada por transcrição”. Com isso, foi possível identificar o ácido nucleico do HIV, Hepatites B e C nas manchas de apenas uma gota de sangue.
A partir deste procedimento, os pesquisadores realizaram experimentos com 20 amostras e afirmaram terem realizado 60 testes, alcançando sucesso na identificação dos três vírus em 100% dos casos. Eles também relataram terem diluído o plasma das manchas de sangue seco, visando a detecção em exemplares menores, e tiveram êxito ao verem o sistema apontar os vírus em níveis “muito mais baixos do que os normalmente encontrados em pacientes não tratados”.
Embora os testes rápidos usados atualmente sejam capazes de identificar com precisão os casos de Hepatite B, C e HIV, o seu método pode ser arriscado em determinadas situações, devido a envolverem o uso de agulhas. Além disso, quando o transporte das amostras para laboratórios de análise se faz necessário em localidades onde não existe infraestrutura para refrigeração médica, o processo pode prejudicar os resultados. Stephen Nilsson-Møller, autor do estudo, lembra que as amostras precisam ser analisadas em até seis horas, enquanto, com o seu novo método, “Manchas de sangue seco podem durar nove meses sem refrigeração”.
Referências:
Link: http://bit.ly/3o7Q90m
GileadPro: : BR-BVY-0018