Entre os anos de 2000 e a metade de 2022, mais de 149 mil gestantes foram diagnosticadas com HIV, segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2022, divulgado pelo Ministério da Saúde. Para 30,2% dessas mulheres, a descoberta da infecção ocorre durante o período pré-natal, quando são realizados os protocolos que incluem anamnese, exame físico e análise de exames laboratoriais e de imagem para o acompanhamento da gravidez.
De acordo com o órgão, o risco do diagnóstico tardio está na possibilidade de a mãe transmitir o vírus para o bebê durante a gestação, ocorrência conhecida como transmissão vertical.
Segundo o documento, a probabilidade dessa ocorrência varia entre 15% e 45%. Justamente, por isso, as evidências laboratoriais precoces da infecção pelo HIV são essenciais para que as formas de prevenção possam ser devidamente aplicadas. Quando devidamente realizadas, tais medidas podem reduzir o percentual de transmissão para menos de 2%.
Entre os diagnósticos registrados nos anos avaliados, notou-se que 37,1% das gestantes eram residentes da região Sudeste. A região Sul representou 29,1% dos casos, seguida pelo Nordeste, com 18,9%; Norte, com 9,1%; e Centro-Oeste, com 5,8% das notificações. Em 2021, foram 8.323 gestantes com infecção pelo HIV, sendo 31,9% no Sudeste, 24,7% no Nordeste, 24,4% no Sul, 12,9% no Norte e 6,1% no Centro-Oeste. Os mais altos percentuais desse período vieram das regiões de São Paulo (15,3%), Rio Grande do Sul (13,2%) e Rio de Janeiro (11,2%).
Considerando o período de 2011 a 2019, o número de gestantes com infecção pelo HIV apresentou elevação de 30,8% (passando de 2,3 para 3,0 casos/mil NV), seguida por um cenário de estabilidade nos anos seguintes. As regiões Norte e Nordeste foram as que registraram o maior aumento dessa taxa nos últimos dez anos (100,9% e 74,1%, respectivamente). Entre 2011 e 2021, as taxas de detecção de gestantes com infecção pelo HIV na região Sul vêm apresentando estabilidade, porém em patamares elevados, muito acima da média nacional (5,4 casos/mil NV em 2021).
A realização de testes nas mulheres que desejam engravidar, assim como a testagem durante o pré-natal, e nos parceiros dessas mulheres é imprescindível para a verificação da existência do vírus, uma vez que muitas das pessoas que testam positivo podem passar anos assintomáticas, o que, entretanto, não impede que o vírus seja transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas. Precisamente, por essa razão, torna-se importante disseminar a toda a população as informações adequadas sobre os recursos que podem reduzir ao mínimo o risco de transmissão para o bebê.
1Texto adaptado de matéria “Estudo: 30% das gestantes com HIV só descobrem vírus durante pré-natal”, publicada no portal de notícias Metrópoles
Reis, João Vitor. Estudo: 30% das gestantes com HIV só descobrem vírus durante pré-natal, Metrópoles, 2022. Disponível em: https://www.metropoles.com/saude/estudo-30-das-gestantes-com-hiv-so-descobrem-virus-durante-pre-natal. Acesso em: 06.01.23.
GileadPro: BR-VEM-0035