Perspectivas e desafios no tratamento do câncer
A cada ano, o câncer tira a vida de aproximadamente 10 milhões de pessoas, conforme as estimativas fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora as projeções para novos diagnósticos não sejam otimistas, devido ao crescente impacto de hábitos de vida prejudiciais, há uma nota de esperança no horizonte quando se trata de tratamento e, até mesmo, cura.
Oncologistas que apontam que novas tecnologias em desenvolvimento estão apresentando resultados promissores, potencialmente transformando o jogo para tumores como os de pulmão, mama e hematológicos (leucemia, linfoma e mieloma) na próxima década. Enquanto isso, outras formas de câncer, como os de cérebro, pâncreas e fígado, podem enfrentar avanços mais lentos.
Novos tratamentos
As principais ferramentas que estão emergindo incluem modalidades avançadas de imunoterapia, terapias celulares, como a renomada Car-T Cell, e o desenvolvimento de drogas direcionadas a subtipos específicos de câncer, identificados por análises genéticas do tumor.
Em relação à imunoterapia, estão surgindo novas estratégias, como os anticorpos conjugados a drogas, que possibilitam a entrega de quimioterapia dentro da célula tumoral. Além disso, os anticorpos biespecíficos, que se ligam a dois alvos simultaneamente, e as vacinas terapêuticas, baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (RNAm), estão entre as abordagens.
A terapia celular, exemplificada pelo Car-T Cell, está ganhando reconhecimento, onde os linfócitos T são geneticamente modificados para reconhecer os antígenos específicos do tumor de um paciente e, assim, combater o câncer.
Compreensão aprofundada e tratamento personalizado
O entendimento crescente das subdivisões do câncer a nível genético está permitindo o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados. Cada tipo de câncer possui subgrupos com base em suas alterações moleculares, e a oncologia busca identificar essas alterações precisas para desenvolver terapias direcionadas.
Já se observa atualmente um aumento no uso de terapias de precisão, como demonstrado por um estudo recente que revelou que cerca de 43% das drogas oncológicas aprovadas nos EUA entre 1998 e 2022 são classificadas como terapias de precisão.
Perspectivas
O câncer de mama é citado como um dos tipos com perspectivas promissoras, com avanços no prognóstico, especialmente com drogas anti-HER2.
As neoplasias hematológicas estão entre as grandes beneficiadas pela terapia Car-T Cell, proporcionando não apenas um aumento do tempo de sobrevida, mas também a cura de pacientes antes considerados incuráveis.
Já o câncer de pulmão, devido à sua diversidade genética, torna-se mais suscetível a terapias-alvo, proporcionando avanços nos últimos anos, mesmo em casos avançados.
Desafios persistentes
O câncer de pâncreas, por exemplo, continua a ser um desafio devido aos seus mecanismos complexos de escape ao sistema imunológico e ao diagnóstico geralmente tardio.
O glioblastoma, um tipo agressivo de câncer cerebral, apresenta dificuldades de tratamento devido à sua localização e à limitada permeabilidade do sistema nervoso a certas medicações.
Vale dizer que o câncer de fígado, um dos tumores mais agressivos, muitas vezes é diagnosticado tardiamente, limitando as opções terapêuticas e reduzindo as perspectivas de sobrevivência.
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