Pesquisa revela que obesidade pode alterar imunização e a resposta à vacina contra Covid-19
Pesquisadores das Universidades de Cambridge e Edimburgo publicaram um estudo sugerindo que pacientes com excesso de peso podem sofrer com uma aceleração do processo de perda de imunização da vacina contra a Covid-19. Os ensaios clínicos indicam que pessoas com obesidade severa demandam mais doses de reforço para se protegerem contra o vírus. As conclusões foram publicadas na revista Nature. Para chegar aos resultados, foram analisados os históricos de 3,6 milhões de adultos que receberam pelo menos duas doses da vacina.
Os cientistas avaliaram o nível de imunização dos pacientes seis meses após a segunda dose da vacina e a resposta a dose de reforço. As análises revelaram que, seis meses após a aplicação da vacina, não era possível identificar anticorpos neutralizantes em 55% dos casos com obesidade severa, contra 12% dos voluntários com peso regular. Os autores da pesquisa observaram que a capacidade de neutralização diminuiu mais rapidamente em pessoas que estão muito acima do peso. Contudo, o motivo ainda não foi determinado. O artigo também conclui que tanto a obesidade ou com IMC abaixo de 18.5 podem ter o tempo de proteção da vacina reduzido.
Apesar das variações de acordo com cada um, o estudo avalia que os imunizantes contra o coronavírus continuam altamente eficazes na redução de sintomas, hospitalização e mortes, mesmo em pacientes com obesidade. Contudo, a condição pode agravar complicações decorrentes da infecção. Os indivíduos com IMC maior que 40 apresentaram chances 76% maiores de sofrerem hospitalização ou morte pelo coronavírus mesmo estando vacinados, indicando uma perda mais rápida da proteção dos imunizantes.
Publicação adaptada da matéria “Obesidade reduz tempo de proteção da vacina contra Covid-19, diz estudo”, do Jornal Folha de São Paulo. Disponível em:
GileadPro: BR-EPC-0182